CÂMARA DE IBIÚNA RETOMA TRABALHO NESTA 3ªFEIRA; O QUE ESPERAMOS DE NOSSOS PARLAMENTARES?
Os parlamentares ibiunenses voltam às atividades camerais nesta terça-feira (4), depois do recesso de julho, e a pergunta que não pode calar é: o que os cidadãos devem esperar deles na carruagem que vai rodar no segundo semestre do ano? Haverá alguma atitude épica surpreendente ou ações que resultarão em benefícios amplos para o município e seus cidadãos dotados de grandeza política ou apenas ramerrões?
É oportuno lembrar que na última sessão do semestre anterior, o Legislativo ibiunense claudicou ao escarificar a Constituição, aprovando uma medida sabidamente incompatível com o espírito da lei no regime democrático, em que a livre iniciativa é um imperativo categórico? Isso deu uma medida de como as coisas andam não apenas em nossa cidade, mas como reflexo da impudicícia que impera no país como um todo na forma das mais incríveis corrupções já protagonizadas pelo poder vigente. Alguns, como o autor destas linhas, sentem vergonha diante do que veem. E parece que de alguma forma perdemos todas as referências éticas e morais.
Mas quem haverá de “gastar” tempo – destinado quase integralmente a questões de sobrevivência imediata [o país perdeu a direção] – com as delicadezas intelectuais necessárias para lidar com o conhecimento elevado que deveria nortear nossos pensamentos e nossas ações? Sente-se que as pessoas estão insatisfeitas, mas também que se mostram incapazes de qualquer reação assertiva. Temos vivido com os cães que assustados por algum trauma enfiam os rabos entre as pernas quando ouvem um estrugido qualquer.
Definitivamente, não é esta a Ibiúna que queremos para nós e nossos filhos e netos, mas outra erigida com base na fé que devemos ter em nós mesmos e uns nos outros, a fim de que possamos pavimentar um novo caminho por onde seguir, acreditando em nosso instinto vital e em nossa capacidade de sermos autônomos, conscientes e responsáveis. Só assim, verdadeiramente, poderemos superar esse momento histórico caracterizado pela mediocridade ampla geral e irrestrita, para repetir um chavão.
Somente haverá uma nova Ibiúna, como ensaiam dizer alguns e desejam outros, quando ela estiver desenhada em nossas mentes desprendidas de uma cultura local que tende a manter a obscuridade e se mostra alérgica a qualquer clarão de luz, porque com isso as forças empoderadas não conseguiriam se manter no trem que corre perigosamente em trilhos enferrujados sobre dormentes podres.
Apesar de tudo, como escrevemos em outro lugar, não há motivo para o desespero que aparece nas páginas do Facebook. O povo sempre será maior do que seus governantes, ainda que estes causem sofrimento àquele, mas na Bíblia está escrito que há um tempo para tudo e agora parece que estamos no tempo de semear boas sementes. (C.R.)