BELLO “PEDE” À SUA BASE ALIADA NA CÂMARA QUE BARRE REQUERIMENTOS
A primeira sessão da Câmara Municipal de Ibiúna deste semestre realizada hoje (4) pela manhã teve momentos hilários, porque a base aliada do prefeito formou um paredão contra todos os requerimentos [cerca de 20] a serem dirigidos ao Executivo, impedindo-os de serem submetidos à votação.
“O prefeito [Fábio Bello] pediu”, disse o líder do governo no Legislativo, vereador Devanir Candido de Andrade (PMDB), à vitrine online quando perguntado sobre a razão dos pedidos de discussão, que impedem temporariamente que os requerimentos sejam apreciados.
Somente o vereador Carlinhos Marques (PT) desfilou um rosário de catorze requerimentos e, ele próprio, assim como os demais vereadores, riam [até mesmo o vereador Devanir] porque a cada leitura já se ouvia um pedido de discussão, sem que se avaliassem, com a necessária atenção, os conteúdos de cada um deles.
Os bloqueios foram feitos, na maior parte, pelo próprio líder do governo, mas também pelos vereadores Israel de Castro (PSDB) [até hoje exultando de felicidade por ter sido aprovada a criação de uma Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência], Odir Vieira Bastos (PSC) e Aline de Moraes (DEM).
A atitude da base aliada de Fábio Bello chamou a atenção de outros vereadores que estranharam a forma de “bloqueio generalizado” que obstrui os trabalhos da edilidade. Entre os requerimentos, havia um que pedia informações sobre a situação da Guarda Civil Municipal, que está sem viaturas para atender às ocorrências, como vitrine online noticiou ontem, assunto da maior gravidade do ponto de vista da segurança pública no município de Ibiúna.
O presidente da Câmara, Rodrigo de Lima (PCdoB), assegurou, no entanto, que colocará todos os requerimentos em votação na próxima sessão. Como se sabe, o prefeito tem prazo de quinze dias para responder a cada requerimento aprovado, sob pena de ter que responder pelo seu ato, até mesmo sujeitar-se a pedido de cassação, caso não responda.
Vale lembrar que um pedido discussão formulado à época pelo vereador Abel de Camargo (Solidariedade) conseguiu postergar por mais de um ano a moção apresentada pelo vereador Paulo Sasaki (PTB) que homenageava o então presidente do Superior Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Comportamentos dessa natureza por parte de alguns vereadores têm afastado cada vez mais os munícipes das atividades que ali ocorrem [ontem havia cerca de dez pessoas na plateia], já que, de alguma forma, tendem a alienar e distanciar os edis das realidades e dos interesses legítimos da população, ainda que formalmente todos digam o contrário. (C.R.)