PACIENTE, ACOMPANHANTES E MÉDICA FICAM FECHADOS EM POSTO DE SAÚDE
Esse de homem de costas é Paulo Ribeiro, 69 anos. Ele é diabético, hipertenso, implantou três pontes no coração. Mudou-se para Ibiúna há cinco anos, no bairro do Campo Verde, a fim de viver uma vida mais tranquila e evitar atribulações devido à sua condição de saúde.
No último dia 17, ele, sua filha Joice, sua neta Marina e a médica otorrinolaringologista Viviana Baruffi Borges, que o atendera, ficaram presos por cerca de uma hora no interior do Posto de Saúde Central, na Avenida São Sebastião, no centro de Ibiúna. Simplesmente a unidade havia sido fechada e os quatro ficaram retidos no local.
A médica, que segundo Ribeiro é uma boa profissional em que confia e sempre o atende muito bem, naquele dia havia atendido quinze pacientes. O caso dele era um retorno, por isso não fez questão de esperar até chegar sua vez. Ele havia chegado ao Posto às 13h45 e fora chamado para o atendimento às 16h45. Terminada a consulta, por volta das 17h10, todos deixaram a sala para deixar o prédio, mas aí se surpreenderam com as portas fechadas.
Dra. Viviana tomou a iniciativa de fazer ligações para que alguém viesse socorrê-los. “Apareceu uma moça – conta Ribeiro – que ao abrir a porta disse ‘não venham dar bronca em mim porque essa não é minha responsabilidade’.”
Quando Ribeiro chegou à farmácia para a tomar a injeção recomendada pela médica, sua pressão arterial estava 19 por 10, e por essa razão não pôde tomar o medicamento. Tinha passado muito nervosismo.
Ribeiro procurou a Delegacia de Polícia para fazer um BO, mas lá foi aconselhado a procurar o prefeito, já que o boletim de ocorrência não resolveria nada – disseram-lhe. No gabinete do novo prefeito havia fila de espera para atendimento público e seu caso foi passado pelo chefe de gabinete, Durval Pires, para que não sofresse demora. Ribeiro disse que Durval o atendeu muito bem, anotou todo o ocorrido, pediu desculpas pelo fato lamentável e ficou de tomar providências para evitar que se repita.
Ribeiro pediu para tirar foto de costas para não sofrer eventuais retaliações, mas que fez questão de tornar público o acontecimento para alertar as autoridades e a população ibiunense.