HISTÓRIA COMOVENTE MARCA ENTERRO DA VITIMA FATAL DO ACIDENTE NA BUNJIRO
Não se chamava Elias, nome que constou inicialmente do boletim de ocorrência, a vitima fatal do acidente ocorrido na madrugada da última segunda-feira no km 68 da Rodovia Bunjiro Nakao. Tratava-se, na realidade, de Gilson Aparecido dos Santos, 29, separado e pai de dois filhos, natural de Ibiúna e que morava ora com a irmã no Bairro da Cachoeira ora na casa de outro parente no centro da cidade.
Gilson foi identificado ontem pela manhã (22) no necrotério do Hospital de Sorocaba pelo rapaz com o qual trabalhava como pintor e ajudante de pedreiro, que o reconheceu pelo nome de uma mulher tatuado em sua barriga.
O corpo de Gilson foi sepultado hoje (23) por volta das 13 horas no Cemitério da Saudade, com acompanhamento de parentes, amigos, colegas, entre os quais sua segunda mãe de criação, Aparecida Pinheiro, sua cunhada Maria Anunciada da Silva Sebastião e seu filho Lucas, de sete anos, que chorava no colo de uma tia. Gilson tinha um filho do primeiro casamento e outro com uma segunda mulher com a qual namorou.
História comovente
Também se encontrava lá sua mãe biológica, C.L., que, por falta de condições econômicas para sustentar o filho o doara para Olivia Vieira Ribeiro (já falecida) quando Gilson tinha apenas quinze dias de vida. Desde então, passaram-se vinte e nove anos e ambos nunca mais se viram.
Aparecida Ribeiro disse que tentara várias vezes fazer com que ambos se encontrassem, mas Gilson sempre se recusava, talvez por sentir uma mágoa muito grande ou sentimento de abandono enraizado. E assim o tempo foi passando, até que um inesperado e grave acidente na rodovia interrompe a vida do rapaz.
E agora estavam ali, no velório, a mãe e o filho morto. Ela acompanhou o sepultamento e depois deixou o cemitério por uma porta lateral.
Aparecida Ribeiro, filha da primeira mãe adotiva de Gilson, continuou a cuidar do rapaz a partir de 2001, quando sua mãe faleceu. Mas fez questão de dizer que a mãe biológica não deve se culpar, pois compreende e respeita sua decisão tomada há vinte e nove anos, porque era pobre e não havia como criar o filho.