MAIS DE 6 MILHÕES NAS RUAS – O QUE FARÃO AGORA DILMA, LULA, EDUARDO CUNHA, RENAN CALHEIROS, CONGRESSO NACIONAL E O STF?

PAULISTA

A Polícia Militar estimou que 1,4 milhão de pessoas estiveram nas manifestações de protesto na avenida Paulista contra o governo da presidente Dilma Roussef; os organizadores do evento, entretanto, disseram que foram 2,5 milhões. No Brasil todo, 6 milhões de pessoas, enchendo as ruas e praças de centenas de cidades, incluindo as capitais, gritaram “Fora, Dilma!”, “Fora, Lula!”, “Fora, PT!” e inúmeras faixas e cartazes contra a corrupção que empestou o Brasil. O povo não só é sábio, mas justo, tributou muitas homenagens aos juiz de primeira intância paranaense, Sérgio Moro, pela sua ética e competência moral e técnica na condução da Lava-Jato.

Os analistas políticos consideram que os protestos do dia de hoje não poderão passar em branco, ao contrário, deixaram o Governo Federal num caminho sem volta, em meio a fragilidade de poder palmar. O governo, disseram, está perdido. Dilma chegou a liberar hoje (13) uma nota sobre atos de vandalismo praticado contra a sede da União Nacional dos Estudantes – UNE, em São Paulo, enquanto o país inteiro estava na rua pedindo sua saída do governo. Na verdade, deveria estar preparando uma resposta minimamente convincente para reconhecer que está navegando em uma canoa que está fazendo água.

Ontem (12),vitrine online, publicou notícia ilustrada com uma belíssima foto de crepúsculo da avenida Paulista, cuja manchete perguntava: “Dia de Protesto – O que vai acontecer aqui neste domingo em centenas de cidades poderá mudar o Brasil? Arriscamos a responder agora:  vai e já começou. Esse movimento estremeceu o Palácio do Planalto e o colocou sob um nova e forte pressão, a fim de que decida fazer alguma coisa, já que se deixar levar pela força da inércia só complicará ainda mais a situação de nuvens sombrias.

A ficha pode demorar para cair, mas a pergunta faz sentido: o que fará a inteligência palaciana, a Câmara e o Congresso Nacional, o Superior Tribunal Federal, já que há processos em curso que preveem possibilidade de cassação, de impeachment, e o que acontecerá com o ex-presidente Lula, aceitará ser ministro para se proteger, no rito judicial privilegiado (não será estranho isso?), e com Eduardo Cunha, uma figura política diabólica, e com Renan Calheiros, aliás ambos do PMDB, alvo igualmente de acusações não menos graves que as de seu colega? Aliás, o PMDB acaba de reeleger Michel Temer, como presidente nacional, e ele deu um prazo de trinta dias para que o partido se defina se deixará ou não o governo Dilma. Oportunismo é o que não falta e tampouco esperteza política, mas os brasileiros, nesse caso, não terão nenhum motivo de esperança, pois se trata de pretensiosos de atributos que não devem mais fazer parte da história política real do Brasil. (Carlos Rossini, 20h06)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.