EDITORIAL – HÁ POLÍTICOS QUE PRECISAM DA MENTIRA PARA SEREM ELEITOS; OUTROS, DA VERDADE
A exatos quinze dias – 2 de outubro, a população de Ibiúna elegerá um novo prefeito para o município. Essa frase é como chover no molhado, mas torna oportuna uma questão fundamental: será eleito o que mentiu ou o que disse a verdade? Mas como saber quem mentiu ou disse a verdade? Há caminhos para respostas aceitáveis.
Antes porém é preciso refletir a respeito da própria verdade. Verdade pode ser aquilo em que uma pessoa crê, para essa pessoa, não para outra. Verdade pode ser um fato comprovado cientificamente. Há tantos vieses para refletir sobre a verdade, que é preciso estabelecer um parâmetro, antes que caiamos em um torvelinho.
Façamos um acordo, provisório: verdade é aquilo que está conforme com os fatos ou a realidade. Dentro da condição humana, a verdade diz respeito aos procedimentos sinceros, autênticos, dignos, incontestáveis, insuspeitos; ou seja: tudo que é contrário à falsidade. Resumindo: uma coisa é verdadeira ou falsa, mas relativamente, porque as pessoas veem e creem nas coisas de modos diferentes e de acordo com sua percepção dos fatos, de suas necessidades e interesses.
Então, politicamente, há candidatos que, por razões que caberiam a eles responder, precisam da mentira e outros da verdade, para vencer as eleições. Uma régua, mas não única, para medir quem faz uso de uma ou de outra, se encontra na ética e na moral, ou seja nos princípios que orientam nossos comportamentos práticos. Todos sabemos ou presumimos o que é errado ou certo fazer. Dizer a verdade é certo; mentir, ao invés, é errado.
O fato é que na tradição política brasileira, e aqui dispensam-se exemplos práticos para não irritar o leitor, mentir virou cacoete, como recurso para iludir os eleitores e conseguir, por meio desse procedimento, o seu voto. Uma parcela considerável nos informa que ainda há pessoas incautas, sujeitas a serem influenciadas por atitudes mentirosas.
Mas é considerável o número daqueles que garantem que o povo se cansou da mentira e quer agora a verdade. E somente neste caso poderá abrir a porta da esperança. Por que a mentira, segundo a voz do povo, tem perna curta. Assim, será a verdade, e não a mentira, a garantia de que algo novo e melhor vai acontecer na cidade.
Desse modo, a população poderá desfrutar da alegria e felicidade nos próximos quatros anos, ou padecer de males antigos e persistentes que a fazem sofrer, mesmo que não se ligue como causa e efeito do próprio sofrimento.
Ainda que pareça um pouco além do tom desejável, é preciso dizer que a verdade e a mentira são dois poderes que se enfrentam dialeticamente. Isto é: uma tenta ocupar o lugar da outra, o tempo todo. A bola da vez poderá, portanto, ser tanto a verdade quanto a mentira. E, por isso mesmo, caberá, aos quase sessenta mil eleitores aptos a votar, decidir sobre sua preferência: a verdade ou a mentira, segundo o que possam perceber desses termos em relação à conduta cada um dos candidatos.
Vitrine online manifesta aqui e agora votos de que as eleições sejam respeitadas como um momento sagrado em que as pessoas podem exercer seu direito de decidir – de modo livre e consciente – o futuro de seu município, de suas vidas, de seus familiares e de seus descendentes.