ANO-NOVO – ESTAMOS IMERSOS NA NATUREZA COMO AS NUVENS QUE PASSAM

Nem parece que há três dias embarcamos na nave de 2019 em confraternização, cheios de sonhos e fantasias, porque desejamos experimentar a felicidade, nem que seja passageira e muitas vezes ilusória. Precisamos experimentar nossa bondade para compensar os efeitos de nossa sombra interior que nos impede de perceber com clareza a diversidade dos fenômenos em movimento.

Vendo agora o céu ibiunense e as nuvens sopradas pelo vento, sinto que a Natureza segue o seu curso independentemente de nossa vontade e, assim, os dias passam e assim nós vamos passando também, uns nascendo, outros morrendo, como a luz e a sombra que se alternam como espetáculos dos quais somos apenas espectadores.

As pessoas nascem boas e se tornam más por influência da sociedade ou são más e se tornam boas. Sabemos que contemos dentro de nós, mesmo que não queiramos e até mesmo soframos por causa disso, um lado bom, que podemos chamar de nosso lado luminoso, e um lado mau, sombrio, onde escondemos de nós e dos outros tudo que rejeitamos em nós, comos pensamentos e imagens “pecaminosas”.

Mas e os sonhos, as alvíssaras, que brindamos na virada do ano como ficam? Sim, pouco sabemos dos segredos profundos da vida, mas podemos melhorar a cada instante, reconhecendo nossa natureza dupla de maneira consciente e sem reprimir e ocultar os pensamentos automáticos que surgem em nossas mentes de maneira contínua.

Somente admitindo – conscientemente – quem verdadeiramente somos, desde que nascemos num estado natural e puro que foi sendo comprimido a cada experiência que vivenciamos desde que nascemos e vamos sendo moldados, de acordo com as regras preexistentes ao nosso nascimento.

Para sermos aceitos e aprovados, vamos nos adaptando e formando uma máscara sobreposta ao nosso verdadeiro e genuíno ser. Na verdade, nascemos livres e vamos sendo aprisionados aos poucos nas celas criadas pela sociedade às quais a maioria sucumbe e razão pela qual nos tornamos seres com sentimentos de vazio interior e de mal-estar que nos acompanha. Os afortunados conseguem se libertar dos padrões convencionais e realizar os seus sonhos, apesar das barreiras e obstáculos que se interpõem em seus caminhos.

Muitos vivem em estado hipnótico até o fim da vida, sem saborear um sentimento genuíno que se origina na centelha divina, que alguns chamam de alma, outros de mente. Quanto mais a pessoa se engana e se esconde de si mesma, mais a sombra, que nos impede de enxergar com clareza, toma conta de si.

Quando nascemos, isto é, passamos a ter uma vida exterior, fora do ventre de nossas mães temos a primeira oportunidade divina de existir, um milagre entre infinitas possibilidades. Como vamos, aos poucos perdendo nossa originalidade, nos tornando aquilo que as pessoas – nossos pais, familiares, escola, sociedade, etc. – querem que sejamos, felizmente temos uma segunda chance, por meio do renascimento.

Renascimento vem a ser um novo despertar, um segundo nascimento, um novo modo de enxergar a vida, muito além dos limites que nos são impostos, às vezes de maneira cruel e num meio ambiente social desfavorável ao nosso crescimento e libertação.

Sim, você leitor, criança, adolescente, adulto, idoso, acredite, você é potencialmente melhor e mais importante do que imagina sob a influência social negativa que recebeu desde seu nascimento. Acredite em você, em seus sonhos e na imensa possibilidade de autorrealização por meio de uma visão simples, verdadeira e realista de encarar os fatos da vida. A natureza o dotou de uma sabedoria divina. Creia, ela está viva dentro de você. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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