EDITORIAL – BRASIL, ACIMA DE TUDO, PRECISA SE LIVRAR DA CORRUPÇÃO

A descoberta feita pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras – Coaf de “movimentações financeiras atípicas”, em 2017, na conta de Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República e eleito senador pelo PSL-RJ, com 4.181.884 votos, ecoa como um sinal de perigo para o Brasil. A repercussão na imprensa já alcança outros países. Um adendo: ele teria adquirido R$ 4,2 milhões em imóveis em três anos.

As movimentações teriam sido feitas pelo ex-policial militar aposentado, motorista e ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, entre janeiro de 2016 a janeiro de 2017.

Além do famigerado PT, que parece ter se refestelado em um festim durante treze anos de poder, e foi uma das grandes motivações populares para eleição de Bolsonaro, o combate à corrupção foi a outra bandeira abraçada pela nação para consagrá-lo nas urnas.

Portanto, o atual governo federal precisa ser transparente e verdadeiro em suas ações de combate à corrupção de forma abrangente, efetiva e exemplar. Caso contrário, seus eleitores e outros milhões de brasileiros poderão perder a fé que os moveu em bloco às urnas, o que representa o perigo de a história se repetir como mais uma ilusão e a indesejável perda da esperança nas promessas do capitão.

Entre os eleitores fundamentalistas, há aqueles que prosseguem defendendo Bolsonaro como se ainda estivéssemos numa campanha eleitoral e repelindo qualquer menção de caráter negativo, até mesmo em relação ao caso envolvendo Flávio Bolsonaro.

Claro, não se deve prejulgar e tampouco assumir o papel da Justiça, a quem caberá dar a palavra final em relação às descobertas iniciais do Coaf, mas que esse caso precisa de inequívoco esclarecimento à opinião pública, com fundamento na verdade dos fatos, isso parece ponto pacífico, já que pode respingar sobre a imagem de Bolsonaro, pai.

Essa situação é um prato cheio para uma plêiade de corruptos contumazes que ocupam funções nos Três Poderes da Federação e no mundo empresarial sem escrúpulos, e suas constelações que se espalham por todo o território nacional, nos estados e milhares de municípios, como seu viu na operação Lava-Jato, que colocou o ex-presidente Lula atrás das grades.

Jair Bolsonaro, o quanto antes, deve ser o principal interessado em que esse caso seja esclarecido, senão corre o risco de ser paternalmente complacente em relação a um fato com poderoso poder corrosivo.

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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