NÓS, OS IBIUNENSES, PRECISAMOS ESCOLHER O CAMINHO A SEGUIR

Nestes primeiros dias de fevereiro parece ter-se cristalizado um anticlímax sob o céu ibiunense, percebido sem esforço por um espírito observador conectado com as mentes das pessoas em tempo real.

Esse termo [anticlímax] é extraído das artes cênicas e corresponde a uma situação de frustração ou decepção dos espectadores, em relação às expectativas do clímax, o ponto máximo de uma representação, que às vezes parece perder o sentido.

O cenário em tela talvez reflita um estado emocional constrangedor, como um aperto na garganta, que permeia grande parcela da coletividade. Um intérprete sensato diria que pode ser causa de um mal-estar e de seus efeitos colaterais.

Talvez aí se encontre a origem do que se trata: as pessoas estão com a língua cada vez mais solta nas suas inter-relações imediatas ou por meio de palavras impressas nas páginas da Internet.

Nesse aspecto, é preciso prevenir os leitores de que há personagens em cena ou nos seus bastidores cuja ética não resiste a uma análise mais persistente, sobretudo nos modos obsoletos da política tradicional.

Com raras exceções, constrói-se um discurso coletivo que se ouve, cada vez mais reverberante nas paisagens do dia a dia, em qualquer lugar: nas residências, nos corredores e nas filas de espera nos caixas dos supermercados, na rodoviária, nos salões de beleza, nas lojas e calçadas, nas padarias, nas farmácias, nos bancos, nas praças públicas, etc.

Cada qual compartilha seu ponto de vista e logo ouve concordâncias em torno do mesmo tema: estamos vendo a esperança dissolver-se como um castelo de areia.

É cada vez mais notória a expectativa de que algo deva acontecer sem demasiada tardança. Os relatos dos cidadãos exprimem um estado de desespero que exige atitudes reparadoras eficazes.

Há indícios de que movimentos estão sendo gestados visando gerar uma situação compressiva de modo a provocar ações objetivas por parte das autoridades, às quais se atribui a causação dos reclamos.

No sentido mais nobre da palavra, que significa ‘respirar juntos’, parece haver uma conspiração em curso no oceano da opinião pública.

Mesmo pessoas habitualmente serenas e tranquilas se mostram irrequietas e imersas num clima de desconforto emocional, incluindo idosos.

As fibras da nervatura social podem estar se esgarçando em demasia e é preciso evitar que cheguem ao ponto de ruptura.

Essa reflexão não tenciona provocar ou magoar quem quer que seja, mas ser vista como uma amorosa contribuição para superar-se o pasmo do status quo.

Tem o objetivo de compartilhar uma ideia que ajude a cidade a encontrar uma nova conduta ainda que tardia, um corajoso jeito de pensar e de se relacionar.

Assim, juntos, poderemos percorrer um novo caminho, de modo que todos sintam que é o mais correto e seguro e benéfico para toda a sociedade ibiunense.

E, desse modo, possamos entoar nosso hino em uma só voz, evocar as origens de nossa história com espírito de orgulho redentor:

Noiva Azul: “…Tens sombra e sol e recôncavos sem par/ Pegos sem fim de águas tão claras,/ Que o céu azul nela vem se comtemplar…” (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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