IBIÚNA ELEIÇÕES 2024 – BUCHICHOS ATUAIS DE UMA POLÍTICA ARCAICA

 [Vitrine online, visando a contribuir com o processo eleitoral deste ano no município de Ibiúna, iniciou a publicação de uma série de matérias em prol do voto popular livre e consciente. Voto consciente é aquele que o eleitor decide por si mesmo.]

Os buchichos entre os que acompanham mais de perto a movimentação dos políticos ibiunenses relacionados às eleições para prefeito, vice e vereadores no dia 6 de outubro, apontam a nefasta força da tradição política conservadora no município, marcada por alguns sintomáticos hábitos que incluem comportamentos sem escrúpulos.

Uma sondagem preliminar, exibindo-se, por exemplo a fotografias dos cinco pré-candidatos  a prefeito, revela que uma larga parcela da população mais simples do município desconhece quem são esses personagens que pretendem administrar um município que se intitula estância turística com uma extensão territorial desafiadora.

Ainda sem uma base científica, fundamentada em uma pesquisa criteriosa, é possível ouvir frequentemente que são três os pré-candidatos com mais chances eleitorais, e não estamos aqui nos referindo às suas qualificações para essa importante função numa cidade de muitas carências.

Uma das preocupações observadas aponta para o que pode ser qualificada de uma fragilidade humana reconhecida pela psicologia social que estuda cientificamente os comportamentos humanos.

Uma massa eleitoral formada por cerca de trinta mil pessoas deverá decidir o pleito. Ela é composta por cerca de 40% de eleitores que vivem nos bairros rurais e 60% na região central da cidade. Quem e com que “argumentos” os futuros candidatos tentarão seduzir a maioria desses eleitores, considerando que boa parte das decisões humanas são desprovidas de consciência e racionalidade.

Alguns temores são observados. Um deles diz respeito ao poder financeiro de adversários, que podem criar situações espetaculares ou convencer os indivíduos por meio de “argumentos irresistíveis”, num cenário marcado por carências econômicas gritantes.

Outro é o “marketing político” cujo fundamento, mesmo que desconhecido por seus planejadores, diz respeito à tendência de conformidade das pessoas, também popularmente conhecida como “Maria vai com as outras” em atitudes eleitorais insensatas.

Se não bastassem esses riscos consideráveis, existe ainda a ser considerada a “teoria das janelas quebradas” que se manifesta quando o ambiente cria um clima em que as pessoas não se importam realmente com o que pode acontecer, base de um desinteresse formidável em política. Numa palavra: o voto, nesse caso, não passará de um mero ato inconsciente porque está sujeito a mil influências sociais diretas dos agentes políticos e de suas máquinas partidárias.

Essas palavras são dirigidas a todos aqueles e aquelas que ainda sentem perplexidade e indignação com uma política teimosa em manter a realidade congelada por décadas e sucessivos governantes que, depois de eleitos, repetem a mesma ladainha do antecessor, acusado de deixar uma “herança maldita” pelo novo mandatário. Rir dessa situação tragicômica parece mesmo ser o melhor remédio para manter a sanidade mental! (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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