IBIÚNA – CONVENÇÃO PARTIDÁRIA LANÇA EVENTO APOTEÓTICO

Concluídas as convenções partidárias relativas às eleições de 6 de outubro estão definidos os cinco pré-candidatos a prefeito, vice e vereadores das agremiações partidárias no município de Ibiúna.

Gostaria de compartilhar com os leitores um fato que chamou a atenção pelo volume de pessoas que se concentraram no Centro Cultural e Esportivo de Ibiúna, que possui o maior salão de eventos da cidade.

Preparado com o objetivo notável para ser um evento apoteótico, e por isso mesmo o mais caro de todos, incluindo um intensivo número de chamadas nas redes sociais, a convenção do dia 1º de agosto, dos partidos que apóiam a candidatura do atual prefeito pela reeleição também foi alvo de comentários ácidos por parte de cidadãos divergentes dessa pré-candidatura.

Segundo essas críticas rebatidas por alguns dos presentes e apologistas da atual administração, teria havido uma forte e “incisiva” influência sobre comissionados e servidores, a fim de que comparecessem na reunião que, de fato, lotou todo o espaço do salão.

A cobertura de imagens com sobrevoos sobre a plateia em movimentos frenéticos de câmeras e celulares terá visado exatamente causar forte emoção e “contagiar” população do município.

Quem observou o conjunto das veiculações teve a sensação de que quem estava presente entrou num clima de euforia não economizando aplausos ou utilizando a luz de seus celulares como se faz nos estádios de futebol ou grandes eventos artísticos.

É provável que tanto o atual prefeito quanto seus auxiliares e os envolvidos diretamente da campanha se sentiram protagonistas de um grande sucesso.

Houve no mesmo local outra convenção igualmente atraiu grande público e também revelou um clima de triunfo e confiança entre seus aliados e seguidores. Os demais tiveram uma proporção dentro do que se verifica na tradição política local.

Uma questão, no entanto, se impõe: um evento dessa grandeza é capaz de definir o resultado de uma eleição? Digamos que houvesse ali mil ou pouco mais de pessoas com algum tipo de relação com a Prefeitura, incluindo parentes de dezenas de candidatos a vereador.

Qual será o impacto real sobre o resultado da eleição, que deverá ser decidida por cerca de 30 a 35 mil eleitores, dos cerca de 60 aptos a votar no município?

Nesse caso, o que têm dito as pesquisas que estão sendo encomendadas e cujos resultados jamais chegam ao conhecimento da população?  

É certo que as convenções partidárias são fundamentais, assim como os encontros prévios que são promovidos pelos partidos, porque se trata, afinal, de um trabalho de unir forças, confiança e esperança de obter o SIM da maioria dos eleitores.

De qualquer forma, fica patente o objetivo de demonstrar poder e criar um clima propício para a vitória que, no entanto, somente será conhecida depois que as urnas forem fechadas e os votos contabilizados. Trata-se de um fato que está no futuro e nós somente vivemos no presente.

A torcida é que a população ibiunense desperte e se lembre como tem sido a vida na cidade e, sobretudo, o quanto é preciso haver de melhorias substantivas que ao longo de décadas têm sido mais um sonho, com alguns pesadelos.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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