TRÊS MESES DEPOIS DE CONTRATAR, PREFEITURA DE IBIÚNA PEDE QUE EMPRESA COLETORA DE LIXO CUMPRA O CONTRATO

Esse cenário fotográfico lixento era visto hoje (17) por todos aqueles que passavam pela estrada da Cachoeira retornando para São Paulo e os munícipes que esperavam quase em vão [demora de mais de duas horas] pelos ônibus. Esse acúmulo de lixo se encontra a cerca de cinquenta metros do conjunto habitacional “Minha Casa, Minha Vida” e a pouco mais de um quilômetro do centro de Ibiúna.

Nesse mesmo local havia duas caçambas que estavam sendo incendiadas e, talvez, por isso, tenham sido retiradas. A situação agora é assim: o lixo é jogado na margem da estrada, se avoluma e é, da mesma forma, queimado. Resultado: é nojento o que se vê. Talvez seja oportuno lançar uma campanha educacional, a fim de conscientizar as pessoas de suas responsabilidades com relação ao destino do lixo.

Mas, por outro lado, não há hoje alternativa de lugar para jogar lixo, já que todas as caçambas ali existentes foram retiradas. Antes do contrato com a atual empresa responsável pela coleta e transporte do lixo, havia ao longo dessa estrada de seis a oito caçambas. As coletas domiciliares feitas duas vezes por semana não estão dando conta de resolver esse grave problema, tanto do ponto de vista de danos ao meio ambiente quanto da saúde pública.

A empresa que cuidava do lixo da cidade – Cidal – foi dispensada sob o pretexto de que não estava funcionando satisfatoriamente, mas a empresa que assumiu a mesma função no dia 3 de fevereiro – TB Transportes, Limpeza, Gerenciamento e Recursos Humanos, localizada em São Bernardo do Campo – também está deixando muito a desejar.

As queixas de falta de coleta de lixo e de seu acúmulo em dezenas de bairros surgiram logo após o início de suas atividades no município e os motivos de reclamações permanecem, por justificada razão. Há lixo por todo canto, depondo contra uma cidade que se denomina estância turística.

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A TB Transportes é uma prestadora de serviços sob contrato emergencial por seis meses, com um custo total – segundo levantamento secundário de dados feito por vitrine online – de R$ 2,136 milhões. E com o objetivo de oferecer melhor qualidade de serviços com a higiene pública do município, o que não aconteceu até agora.

Cumprir contrato

Mais de três meses depois de contratada, e dezenas de reclamações dos munícipes, com repercussão na Câmara Municipal, de acordo com nota distribuída no dia 15 pela assessoria de Imprensa da Prefeitura, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano “entregou à empresa documento cobrando o cumprimento integral dos serviços de forma que atenda efetivamente a população”. Como nada se sabe sobre os termos do contrato, talvez houvesse uma cláusula de multa em caso de negligência, o que se faz normalmente em respeito com o dinheiro da população.

Esse fato teria ocorrido em reunião realizada no gabinete do prefeito no dia 7 e que contou com a presença de secretários municipais, vereadores e dos responsáveis pela TB Serviços.

“Na ocasião – ainda de acordo com a notícia da Prefeitura – foram discutidos a viabilidade da disposição dos contêineres, o cumprimento dos dias de coleta no centro urbano e nos bairros, entre outros temas ligados ao setor. Também foram apresentadas as dificuldades enfrentadas por muitos moradores de Ibiúna.” (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.