IBIÚNA – PLANO DIRETOR DE TURISMO SALVARÁ NOSSA LAVOURA?
Estância turística desde o ano 2000, nos últimos quinze anos tem sido um fiasco a sustentação desse título para o município de Ibiúna, já que nada significativo foi criado pelo poder público com essa finalidade. No governo anterior foi cogitado um parque ecológico na beira da represa, no bairro da Cachoeira, amplamente divulgado por vitrine online, e deu em nada [está sendo explorado como iniciativa privada e precária]. O atual governante da cidade, há alguns anos, tentou criar um risível parque aquático no vale do rio Sorocaba, onde havia antes um porto de areia e ali se criou um lago profundo. Deu em nada igualmente. A ciclovia continua sendo uma promessa de má-qualidade executiva e, depois de paralisada vezes seguidas, está agora sendo retomada.
As águas de diversos rios (e, portanto, de cachoeiras com a da Vargem do Salto) estão contaminadas por falta de rede de esgotos. Mas esse quadro pode ser revertido se surgir uma visão responsável pela importância do turismo em todo o mundo. Há cidades que vivem (e, muito bem, do turismo). A vocação de Ibiúna, como nos disse esta semana um empresário local bem-sucedido, sempre foi a agricultura e não a criação de polos industriais. Nessa mistureba de objetivos frouxos a cidade perdeu sua identidade.
É, portanto, bem-vinda a noticia estampada em manchete no “Imprensa Oficial”, na edição desta sexta-feira (24), do lançamento de um Plano Diretor de Turismo a ser desenvolvido pela empresa Geo Brasilis. Nesta altura do campeonato do caos estabelecido no município pela instabilidade política, é uma esperança aplausiva, desde que ultrapasse a retórica e se concretize de fato e com clareza para a opinião pública, já cansada de promessas. Turismo estruturado de modo profissional e competente dá resultados econômicos e gera empregos diretos e indiretos e pode desenvolver o comércio local.
Se a represa Itupararanga se apresenta como uma vasta área para exploração turística, vale advertir que não tem permitido acesso aos visitantes, pois está cercada por propriedades privadas e os lugares em que é aberta e margeiam estradas sempre estiveram (e estão) abandonados. É preciso igualmente dar início a uma educação turística [para assegurar bom acolhimento] à população do município, aos prestadores de serviços nesse setor e de âmbito geral. Os espaços públicos precisam ser adequadamente preparados para não haver vexame de uma rodoviária como se vê e de banheiros públicos sórdidos, assim como as estradas e vias de acesso.
Bem-vindo, portanto, o plano diretor, mas que haja seriedade e responsabilidade por parte das autoridades municipais e a grandeza de encarar um dos maiores desafios crônicos da prefeitura. Se isso não ocorrer, estão mais uma vez sairemos frustrados e isso é que todos nós não devemos esperar. (C.R.)