EXCLUSIVO – PREFEITO ESPERA QUE ESTADO ASSUMA REFORMA DA DELEGACIA DE POLÍCIA

Em entrevista exclusiva à revista vitrine online, o prefeito Eduardo Anselmo disse considerar “muito estranho” o confuso emaranhado em torno da famigerada reforma da Delegacia de Polícia de Ibiúna, paralisada há dois anos. Aliás, tem sido uma atividade muito árdua conseguir quem fale e forneça informações sobre esse assunto. Já noticiamos que a obra havia sido suspensa unilateralmente pelo governo Coiti Muramatsu, em seguida desmentimos essa informação e pedimos desculpas aos leitores. E agora, com base em novos levantamentos, confirmamos que, de fato, o governo Coiti Muramatsu suspendeu a continuidade da obra, porque não havia um projeto para sua execução.

Somente uma empresa se apresentou e ganhou a licitação aberta para a realização da obra, mesmo que a decisão, segundo informações internas da prefeitura, tenha sido feita com base num simples croqui e não num projeto completo, pois não estavam sequer previstos os serviços de instalações hidráulicas e elétricas.

O valor proposto para a execução da obra, não contemplando essas duas áreas essenciais, foi considerado baixo demais pela Engenharia da Prefeitura, que recomendou sua suspensão. Na consolidação dos dados checados, em vez dos R$ 950 mil destinados pelo governo estadual para realizar a reforma, haveria necessidade real de algo em torno de R$ 1.400 mil.

O projeto das instalações elétricas e hidráulicas foi contratado posteriormente pela prefeitura com uma empresa de engenharia de Sorocaba e, até agora, ninguém revelou qual foi seu custo.

Por seu turno, o engenheiro enviado pelo Tribunal de Contas do Estado, segundo informações obtidas na prefeitura, avaliou que havia compatibilidade entre o que foi gasto até a paralisação da obra e os serviços realizados.

Para concluir a reforma, além dos R$ 588 mil que se encontra em conta [montante que havia saído da conta e retornado a ela somente em dezembro do ano passado], seriam necessários cerca de mais R$ 600 ou R$ 700 mil.

O prefeito Eduardo Anselmo disse que a prefeitura não dispõe esses recursos e que o ideal seria que o governo estadual desenvolvesse um novo estudo e assumisse totalmente a responsabilidade pela obra.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.