PANDEMIA – IBIUNENSES TEMEM “INVASÃO” DE PAULISTANOS NOS PRÓXIMOS DIAS

O secretário de Governo de Ibiúna, jornalista Tiago Albertim, que costuma se manifestar em um grupo social com frequência, escreveu na manhã de hoje que “é impossível impedir” que os paulistanos venham para o município em decorrência de o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, ter antecipado diversos feriados com o objetivo para reduzir a mobilidade social e, assim, conter o avanço das infeções por covid-19.

No mesmo grupo social outros participantes fizeram duras críticas a Covas, aliás nem mesmo o governador João Dória teria concordado com a iniciativa do prefeito paulistano.

O temor dos ibiunenses, que já vem sendo manifestando em vários momentos da pandemia, sobretudo quando a situação se agrava, como está ocorrendo neste momento, com um crescimento meteórico de novas infecções e óbitos e colapso na rede hospitalar pública e privada, não apenas no Estado de São Paulo, mas em todo o Brasil,

“O prefeito deveria fechar as entradas da cidade e, assim, reduzir drasticamente a chegada de ‘forasteiros’, tanto da Capital quando da região metropolitana de São Paulo“, disseram.

No dia 20 de maio de 2020, a Prefeitura de Ibiúna estabeleceu uma “barreira sanitária” na av. Antonio Falci (Marginal), depois que foi decretado um “feriadão” em São Paulo, com o objetivo de evitar a importação e transmissão de covid no município, como vitrine online noticiou na ocasião [veja a foto]. A medida provocou um enorme congestionamento na rodovia Bujiro Nakao.

Muitos percebem o aumento de fluxos para Ibiúna com a presença de carros, muitos deles de luxo, com placas de São Paulo, que são avistadas nas ruas e estradas ibiunenses.

Em geral, são pessoas que possuem residências em chácaras no entorno da represa Itupararanga ou em condomínios, alguns deles de alto padrão, espalhados pelo vasto território do município com 1.058 km2 e uma imensa área verde de mata atlântica, que significa ar puro e possibilidades de lazer e esportes ou mesmo para se manter distância de possíveis contágios decorrentes da gigantesca massa de habitantes na Capital.

Outro fator relevante a ser considerado são as facilidades proporcionadas pelas redes de comunicação por fibra óptica, que já cobrem significativa parte do território ibiunense, que permitem que as pessoas realizem suas atividades por meio remoto de suas casas e de modo confortável e tranquilo.

Na verdade, muitos paulistanos e pessoas de outras cidades, entre os quais empresários, já estão instalados em suas propriedades em Ibiúna para se protegerem e suas famílias da pandemia.

Em algumas postagens em redes sociais, vem se observando que alguns ibiunenses expressam sentimentos mais agressivos em relação aos “forasteiros”, desejando mesmo que eles fossem impedidos ou não viessem para o município, o que fere direitos assegurados pela Constituição de ir e vir.

Caso a situação fuja totalmente do controle das autoridades federais, estaduais e municipais com aumento exponencial de mortandade de pessoas por covid-19 talvez haja necessidade – e oremos para que isso não venha a acontecer – de um controle extremo que exija decisões que se tomam em momentos de guerra quando tudo se transforma num caos.

A situação que descrevemos nesta análise pede que as pessoas hajam com bom senso, equilíbrio e com discernimento, que é a capacidade de compreender os fatos em curso e tomar decisões baseadas não no medo absurdo, mas de forma a respeitar a vida em todas as suas circunstâncias. Afinal, todos são vidas que merecem todo o respeito. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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