EDITORIAL – CÂMARA MUNICIPAL DE IBIÚNA NÃO TEM COMISSÃO PARA MEIO AMBIENTE E REPRESA ITUPARARANGA

Apesar da situação gravíssima da represa Itupararanga – 64% de suas águas se encontram no município de Ibiúna – que está morrendo por estar secando e pela poluição pela contínua descarga de esgoto sem tratamento, até agora a Câmara Municipal de Ibiúna não instituiu uma comissão permanente para cuidar de tão relevante questão.

Vitrine online, ao longo dos anos, vem chamando a atenção da triste situação de um dos maiores mananciais de água da região Sorocaba e que está próximo de atingir seu volume morto, ou seja, poderá deixar de abastecer cidades como Sorocaba, Mairinque, Alumínio e Votorantim, algo em torno de 1 milhão de pessoas.

Na gestão anterior, a revista publicou uma série de matérias a partir de depoimentos do biólogo André Cordeiro que antecipou não apenas o que está ocorrendo atualmente quanto a possível transformação da Itupararanga num pântano daqui a menos de duas décadas, se nada for feito pelas autoridades de toda a região de sua bacia hidrográfica.

Na ocasião, o editor de vitrine online reproduziu as notícias e as encaminhou para o então prefeito municipal e para os vereadores mas, aparentemente, em nada isso sensibilizou as autoridades de Ibiúna.

No momento o que seria mais próximo de zelar pelo meio ambiente, no poder legislativo ibiunense, é a Comissão de Obras e Serviços Públicos, mas que, na prática, parece não ter tratado desse tema;

Em contato hoje (22) com o vereador Paulinho Dias, presidente do Legislativo Ibiunense, ele declarou estar aberto para indicar algum vereador para presidir uma comissão específica para o meio ambiente, já que ele, pela função que ocupa, não pode fazê-lo por questões regimentais.

Então, só falta mesmo que um vereador tome essa iniciativa, como fez a vereadora Fernanda Garcia, de Sorocaba, que esteve essa semana em Ibiúna para convidar os vereadores locais e outras autoridades para participar da audiência pública que se realiza nesta sexta-feira, na Câmara de Sorocaba, para discutir a crise hídrica que afeta toda a região e que tem como epicentro exatamente a represa Itupararanga.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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