PERSONA – MARCOS MENNITTI JR. CONTA POR QUE SE TORNOU UM SOCORRISTA
Ano 2000, Rodovia Castelo Branco. Um veículo leva nove evangélicos para uma missão de igreja. Na volta, a condução entra embaixo de um caminhão de obras que se encontrava estacionado em uma das margens de pista. O motorista havia dormido no volante.
Entre as vítimas fatais, estava um advogado que atuava em Ibiúna.
Era o pai de Marcos Mennitti Jr., que na época tinha dez anos.
Esse fato dolorido para o menino o marcaria para sempre e mesmo definiria sua missão na vida. Há treze anos ele trabalha como socorrista, atualmente no Samu, em Ibiúna. Trabalho que realiza com paixão para salvar vidas.
Vitrine online – Quem é Marcos Mennitti Jr.?
Marcos Menitti Jr. -Tenho 32 anos. Nasci em São Roque, porém fui criado em Ibiúna
Sou técnico e auxiliar de enfermagem, trabalho no Município na área da saúde desde 2008.
Iniciei minhas atividades como bombeiro civil no antigo Anjos da Guarda, como voluntário.
Após concluir os cursos de auxiliar e técnico de enfermagem laborei em hospitais na região, tais como Santa Casa de Misericórdia de São Roque e Hospital Regional de Sorocaba.
Atualmente sou funcionário público da Prefeitura Municipal de Ibiúna, atuando no SAMU e no Hospital Santo Antônio de Votorantim.
Realizo também palestras sobre APH – atendimento pré hospitalar e primeiros socorros, além de possuir vários seguidores nas redes sociais, tais como Instagram, Tiktok e YouTube.
VO – Quem são seus pais e seus irmãos?
MMJ – Sou filho de Marcos Mennitti, o qual é falecido e foi um advogado bem conhecido no município.
Minha mãe é Maria Ivone Pereira dos Santos Mennitti, atualmente reside em Presidente Prudente.
Minha mãe é cozinheira, cuidou de mim e da minha Irmã Danieli Mennitti, após o falecimento do nosso pai.
Minha irmã é formada em História e possui mestrado em História antiga pela Unesp de Assis-SP, residindo também em Presidente Prudente, com minha mãe.
VO – Fale um pouco sobre sua nova família

Atualmente convivo em união estável com Jovelaine Aparecida Rodrigues de Camargo de Medelo, advogada atuante no município. Temos nosso filho Arthur, com 2 anos de idade.
VO – Vocês se conheceram no própiro Samu, não é?
MMJ – Não. Nós conhecemos quando ainda era bombeiro civil, no ano 2008.
VO – Como foi isso, paixão à primeira vista?
MMJ – Não. Iniciamos com uma amizade e somente em novembro de 2009 começamos a namorar e desde então nosso relacionamento tornou-se duradouro, originando nossa atual família.
Sou muito grato a Deus por ter encontrado uma pessoa maravilhosa que me apoia nos momentos bons e ruins.
VO – Como você se tornou um socorrista?
MMJ – Após me desligar do meu primeiro vínculo empregatício e com muita vontade de explorar novos caminhos, busquei me conectar com meu interior e encontrar minha vocação.
Considerando minha vontade de ajudar o próximo, justamente em razão do meu pai ter falecido em um acidente de trânsito, passei a buscar cursos na área da saúde e me apaixonei pela profissão de socorrista.
Fiz inúmeros cursos e pretendo cada vez mais aprimorar nesta área.
VO – Você é bem humorado e parece ser um grande amigo e parceiro dos seus colegas e os trata com notória humanidade.
MMJ – No geral costumo ser sim bem-humorado, mas nas situações que exigem concentração, costumo ser bastante sério e profissional, chegando às vezes a ser um pouco ríspido, quando necessário.
Quanto aos colegas de trabalho, busco ter a melhor harmonia possível, uma vez que um bom trabalho se faz com uma boa equipe que deve ser unida.
VO – Tem ideia de quantos socorros você prestou?
MMJ – Não consigo mensurar. São mais de 10 anos trabalhando nessa área. Comecei em 2008.
VO – Tem algum caso que ficou em sua memória e por que razão?
MMJ – Sim. Tenho vários.
Mas com certeza, um afogamento de dois irmãos de 12 e 8 anos me comoveu muito. infelizmente, nosso melhor não foi o suficiente.
VO – Como você encara a sua profissão?
MMJ – Depende da situação, há dias que são mais fáceis e outros nem tanto.
Busco fé em Deus que me orienta em agir da melhor forma para ajudar o próximo.
VO – Como é o clima entre vocês do Samu/APH?
MMJ – O clima é bom. Às vezes com alguns desentendimentos, mas que sempre são resolvidos internamente.
VO – Quais as maiores dificuldades para resgatar pessoas tanto na área urbana quanto rural?
MMJ – A principal dificuldade é a distância, que prejudica o nosso tempo em ação e resposta, além dos locais de difícil acesso.
Além disso, nas áreas rurais o acesso à sinalização, tais como rua, numeração, é limitado, bem como, muitas vezes, não conseguimos acesso à rede de celular para comunicação com a central.