PERSONA – MARA ISHII E A RELAÇÃO DE AMOR COM IBIÚNA

Há pessoas que florescem de modo exuberantemente simples. Este é, em nosso entender, o caso desta jovem apaixonada pelo que faz por aqueles que buscam aprender e têm a sorte de encontrá-la em seu caminho. Conhecemo-nos no curso de pós-graduação em psicopedagogia. Ela tornou-se psicopedagoga clínica e tem derramado seu amor pelo ensino que faz despertar as pessoas em sua compreensão do mundo. Por tudo isso, se torna PERSONA e nos enriquece com sua presença.

VITRINE ONLINE – Quem é Mara Ishii?

MARA ISHII – Sou Mara Aparecida Soares Ishii, 31 anos, uma ibiunense, psicopedagoga, apaixonada pelo que faz, amante de viagens, boa comida, animais, natureza, yoga e em constante evolução.

VO – Onde e quando você nasceu?

MI – Nasci em São Roque, porque, na época, Ibiúna não oferecia maternidade, mas que morou a vida toda em Ibiúna.

VO – Fale um pouco de sua família.

MI – Sou filha única de Izildinha Soares Ishii, da família Soares, uma das primeiras famílias ibiunenses, que deu nome ao bairro Soares; e de Yujiro Ishii, que veio para Ibiúna nos anos 60 com sua família para trabalhar com agricultura, sendo que seus pais vieram do Japão.

VO – Qual é a sua relação com Ibiúna?

MI – Como já citei, praticamente nasci e vivi a vida toda em Ibiúna, minha formação educacional foi nas escolas públicas da cidade, a família toda da minha mãe é da cidade, então é realmente uma relação intrínseca de amor pela minha cidade, onde fica meu lar, que proporciona paz e conexão com a natureza para mim e minha família.

VO – Se tivesse que melhorar alguma coisa na cidade, o que seria?

MI – Acredito que seria o cuidar melhor dela e da população que nela reside, sei que não seria algo fácil a se resolver, mas aos poucos, se investir mais e melhor na saúde, no turismo , e manutenção da cidade as coisas iriam se concretizando. Pensar em formas de gerar empregos principalmente aos seus jovens moradores.

VO – Como se tornou psicopedagoga?

MI – Minha formação inicial é em licenciatura em letras, então lecionei língua portuguesa por quatro anos no município, porém falo que me encontrei mesmo como psicopedagoga. Sempre vi as dificuldades encontradas por diversos alunos diante da aprendizagem e queria saber qual a origem destas dificuldades, qual a melhor forma de ajudar essas crianças/adolescentes; e estas respostas que fui encontrando quando comecei minha pós-graduação em psicopedagogia. Neste processo também comecei a refletir sobre as dificuldades que tive na escola na minha infância e as limitações que tenho ainda hoje, sendo que essas dificuldades e o encontrar e valorizar as potencialidades se aplica a todos, não apenas as crianças, embora a infância seja a base, mas temos os alunos de EJA [Educação de Jovens e Adultos, uma modalidade de ensino destinada ao público que não completou, abandonou ou não teve acesso à educação formal na idade apropriada], os universitários, etc. E como é bom ter conhecimento disso, e poder ajudar as pessoas sejam elas alunas, professores, pais, etc.

VO – Qual tem sido sua atuação nessa especialidade?

MI – Eu atuo como psicopedagoga institucional desde 2013, quando passei em concurso público para o cargo no município de Vargem Grande Paulista. E há um ano, devido à pandemia que nos trouxe muita dor, limitações, mas também nos fez refletir, ser flexíveis e abriu novas portas, comecei a atuar como psicopedagoga clínica de forma online, o que tem se mostrado muito eficaz e gratificante.

VO – O que considera importante na Educação, em primeiro lugar?

MI – Em primeiro lugar, o estimulo à educação começa em casa, com a família, esse estimulo que também deve vir da sociedade, do governo. E então ser oferecido ensino de qualidade a todos, para que todos tenham oportunidades semelhantes na vida. E isso engloba espaço físico adequado, o que interfere muito na aprendizagem, conteúdo, didática, materiais, profissionais, o olhar e respeito à diversidade e a efetiva inclusão.

VO – Na sua experiência profissional, o que tem observado de mais relevante nas necessidades pedagógicas?

MI – Acho essencial a união da família com a escola, a equipe escolar conseguir criar essa parceria com a família, trazer ela pra escola, e que embora isso pareça algo simples, na prática ainda mais nos dias atuais não é tão fácil assim. Também tem extrema relevância a valorização do professor, para que ele sinta sua real importância e trabalhe motivado. Oferecer condições de trabalho e de aprendizagem que abranjam desde a capacitação para os professores lidarem como novos desafios de cada dia, até o olhar diferenciado para cada aluno em sua especificidade e necessidade. É ter o feeling de perceber quando o aluno está precisando ou gritando por ajuda e a instituição e/ou família oferecer este suporte e também buscar ajuda se necessário. Pois, hoje temos as informações e conhecimento que não tínhamos alguns anos atrás, e sabemos que por exemplo o que pode ser visto como indisciplina na verdade é um sintoma de causa social /emocional ou de um transtorno entre outros.

VO – Você gosta de passear, pelo que se depreende de suas postagens nas redes sociais. Relate um pouco dessa experiência em suas relações com a Natureza e com as pessoas.

MI – Uma das minhas paixões é viajar, passear, fazer trilhas, respirar novos ares, nada como o contato com outras culturas ou a reconexão com a natureza para termos uma injeção de ânimo. E, nas minhas redes sociais, trago essas experiências, dicas, para quem também tem essa vibe. Já visitei estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, mas pretendo conhecer todos os estados do Brasil. Visitei a Argentina algum tempo atrás e me encantei até por ser um dos berços da psicopedagogia também e pela cultura maravilhosa, mas claro que sonho viajar o mundo. Atualmente, motivada por casais viajantes com os quais que fiz amizade nas redes sociais e com apoio do meu namorado, estou com projeto de conhecer os municípios do estado de São Paulo e suas belezas.

VO – Como você observa os resultados práticos de seu trabalho psicopedagógico?

MI – Sou apaixonada pela psicopedagogia e, como já citei, me encontrei na psicopedagogia. Ter o olhar de como ocorre a aprendizagem para então poder facilitar seu processo aos aprendentes, conseguir identificar as questões especificas de cada aprendente sejam elas de causas sociais, psicológicas ou biológicas, e dar um tratamento adequado a estes, ajudar na luta por seus direitos, e proporcionar uma aprendizagem de qualidade é encantador e gratificante. Poder ajudar pais, professores, famílias, que muitas vezes se veem perdidos sem saber como ajudar suas crianças é incrível. Uma semana atrás participei da formatura do quinto ano de alguns alunos que acompanho desde a etapa um. Vi eles crescerem, amadurecerem, ajudei a superar suas dificuldades dentro de suas limitações e ver eles encerrando este ciclo e iniciando outro como vencedores foi uma experiência única.

VO – Como vê o mundo e a si mesma?

Mara Ishii: “O mundo é uma vasta imensidão de oportunidades”

MI – O mundo é uma vasta imensidão de oportunidades, ciclos e aprendizados, e eu acredito que o ser humano ainda tem muito o que evoluir, muito o que aprender, nesse muito de coisas boas e ruins , mas muito depende da perspectiva com que você encara cada desafio e cada aprendizado.

E eu sou um ser em constante evolução, cada dia aprendendo mais sobre mim e o mundo, a vida, cada dia me tornando uma pessoa melhor e grata por tudo que o universo me proporciona, desde minha família, saúde, pessoas boas que ele me apresenta, até a oportunidade de poder fazer a diferença na vida de outras pessoas .

VO – Fique à vontade para seus comentários finais.

MI – Encerro com gratidão imensa dessa oportunidade de falar um pouquinho de mim e minha forma de ver as coisas.

Email : maraishii@gmail.com

Instagram : @ishiimara

Facebook : psicopedagogamaraishii

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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