DIVERGÊNCIAS POLÍTICAS GERAM SÉRIOS CONFLITOS FAMILIARES
Nunca vi, em toda a minha vida, uma situação tão estranha e nefasta como nos tempos atuais, sobretudo depois que os resultados das eleições para presidente da República foram declarados pelo TSE na noite de domingo,30.
Não sou apenas um a pensar desse modo. Muitos amigos e amigas também têm demonstrado essa perplexidade inédita neste país tropical.
Escrevo estas linhas na condição de sociólogo, aquele cara que estuda os fenômenos sociais e tenta compreender o que acontece na realidade.
Repito: nunca vi tamanha sandice por parte de uma parcela da população que, simplesmente, negando um processo eleitoral inquestionável constitucionalmente, pratica atos de violência pública em prejuízo para milhões de conacionais.
Agora à tarde encontrei uma pessoa conhecida em um comércio e ela, por gesto, pediu que falássemos baixinho para que ninguém nos escutasse. Tinha medo de que pudéssemos ser alvos de algum tipo de agressão ao menos verbal.
Talvez esse pormenor seja menos importante do que está acontecendo em termos de conflitos nas ruas mas que, também, entrou doloridamente nos ambientes familiares.
Observam-se nas redes sociais, um lugar que se tornou espantosamente poderoso na manipulação de indivíduos, mas também em casas onde se verificam não apenas ofensas verbais de pais ameaçando expulsar filhos de casa em razão de divergências políticas.
No Twitter uma internauta diz ter recebido um áudio em que a mãe diz que a jovem não tem caráter por ter votado em Lula; outra diz que o sogro parou de falar com o próprio filho porque o filho votou em Bolsonaro.
Mas o que é isso? Então estamos perdendo a razão, o bom senso, o respeito um pelo outro com relacionamentos tóxicos? Tomo a liberdade de dizer que isso tipifica patologia social, uma doença que, certamente, está sendo estudada e que entrará para a história do país como fato grave de má conduta e irracionalidade.
Que absurdo é esse capaz de jogar pais contra filhos, irmãos contra irmãos, amigos contra amigos, por influências ideológicas tão nauseantes?
Pô, a que ponto chegamos, se todos sabiam de antemão que havia dois candidatos e que um dos dois teria que vencer e assumir o cargo, de acordo com a Constituição democrática do país!
Escrevi em outro momento que iria votar na PAZ no dia 30 de outubro. E votei porque esse é talvez o mais importante valor a ser reconhecido para que uma nação possa viver em harmonia e o medo debelado dos corações e das mentes de todos.
Chega desse veneno que está correndo nas artérias da nação! O Brasil é muito maior do que a pequenez dos atos que afrontam a Inteligência e a vida dos brasileiros. (C.R.)