MALDADES DEMASIADAMENTE HUMANAS

Os políticos trapaceiros, aproveitadores da ingenuidade do povo, e outros integrantes de categorias similares, que abusam sem escrúpulos para tirar vantagem de tudo e de todos, parecem não se importar com o passivo que acumulam: só pensam em acumular grana e tirar o melhor proveito prazeroso da vida. O resto são todas aquelas pessoas que seguem os valores da ética e da boa convivência humana.

Se conseguiu ler até aqui, prossiga, pois a melhor parte ainda está por vir.

Karen Horney (1885-1952), uma psicanalista alemã, experiente na tarefa de auscultar os segredos mais profundos dos seres humanos, disse, por outras palavras, que tudo aquilo que você pensa e faz, de alguma forma, é registrado no seu inconsciente, onde permanece por toda a sua existência.

Não importa o que seja – pensamentos e atos – há uma espécie de “lançamento” em nossa ‘memória’ oculta, algo que poderíamos comparar com os princípios da contabilidade.

Se fazemos algo que nos envergonhamos, isto é “lançado” a nosso descrédito, se fazemos algo honesto, ou admirável, ou bom, é “lançado” em nosso crédito.

Desse modo, se pensarmos ou fizermos coisas desprezíveis teremos que “pagar” por isso, de alguma forma, algo mais ou menos equiparável à lei de causa e efeito. Na linguagem popular, em que se evoca a justiça divina, aqui se faz e aqui se paga, ainda que as pessoas que cometem perversidade ‘não estão nem aí’, apenas procuram gozar os prazeres da vida à custa dos outros dos quais abusam de alguma forma.

No mundo da política observa-se falta de ética em todos os planos governamentais – prefeituras, governos estadual e federal – é incrível a cara de pau dos agentes que atuam em todas essas esferas, provocando consequências desastrosas sobre a vida da população, especialmente os mais pobres e desvalidos de recursos educacionais e financeiros.

A voracidade com que os parlamentares – senadores e deputados federais – piranharam recursos bilionários por meio do orçamento secreto é vergonhosa!

Agora vejamos um fato recente. O que pode ter causado um rombo de vários bilhões nas famosas lojas Americanas, lembrando que os responsáveis por sua gestão e alguns investidores podem ser tudo, menos ingênuos. Em geral, eles têm tempo de sobra consignado pela própria riqueza para saber o que fazem.  

O resto somos nós que temos que labutar no dia a dia para garantir a nossa sobrevivência, faça chuva ou sol, embora também possamos praticar pecados éticos e morais que, igualmente, são lançados em nossa contabilidade existencial.

Quando deixamos de fazer o que deveríamos fazer de modo responsável conosco e com os outros ou fazemos aquilo que não devemos, considerando o cenário debaixo de uma lupa ética, então já sabemos que, mais cedo ou mais tarde, teremos que prestar contas perante nossa essência, talvez espiritual, que faz parte da inteligência universal, ou inconsciente coletivo, como parece ser oportuno meditar.

Se, caro leitor, estiver acordado e observando os fatos do mundo, do seu país, do seu estado, do seu município, continuará pagando as contas daquilo que fazem os irresponsáveis e malfeitores, mas saiba que, no final, os maldosos vão se defrontar com o veredito sobre os crimes que cometeram. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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