PALAVRAS TÓXICAS E NUTRIENTES

Aprendi, faz tempo, que existem palavras tóxicas, que nos envenenam, e nutrientes, que nos fortalecem. Podemos também entender as palavras como portadoras de energias, positivas e negativas.

Se você tivesse a chance de xingar um esquimó, ele não entenderia o que estaria sendo dito, mas observaria seu rosto crispado de raiva. Seu pet sabe exatamente como anda seu humor pelas palavras e tonalidades que emprega a cada momento.

O japonês Masaru Emoto fez uma experiência com o objetivo de provar que as palavras têm poder e que elas influenciam o rumo de nossas vidas. Ele pegou três potes de vidro e colocou em cada um deles a mesma quantidade de arroz e água.

A cada um passou uma “energia” diferente. Palavras de amor para o primeiro pote; de ódio, para o segundo; quanto ao terceiro, apenas o ignorou.

Depois de um mês eis o que ele observou. No pote do amor, o arroz estava fermentado naturalmente; no pote do ódio, os grãos se transformaram em uma substância escura; e no pote ignorado, o arroz embolorou e caminhava para a decomposição.

Claro, há céticos que não levarão em conta essa experiência; outros ficarão admirados com a novidade, mas haverá aqueles que procurarão tirar uma lição de vida e agir com sabedoria no uso das palavras.

Agora vejam outra coisa. Barry Stevens, uma gastalterapeuta já falecida, escreveu um belo artigo denonimado “Voids, Voids, Voids” (“Vazios, Vazios, Vazios”). Ela imaginou a seguinte situação: o que devolveria ao homem da loja, em troca do que recebera?

Pensou: daria palavras. Todas as palavras que surgissem em sua mente “vazia”. Veja o caminho que ela percorreu:

“Palavras – faladas ou não faladas – palavras que atraem, entretêm, concordam, aplaudem, consolam, perdoam, ameaçam, pregam, ‘ensinam’, manipulam, punem, prometem, reafirmam, confortam, exigem, questionam, humilham, confundem, elogiam, apavoram,  enganam, condenam, respondem, descrevem, desculpam, impressionam, comparam, discordam, suplicam, adulam, convencem, seduzem, rotulam, resistem, aprovam, revelam, aplacam, amolecem, competem…”

Stevens percebe que a vida toda estamos envolvidos com palavras e que somos animais falantes. Tomo a liberdade de dizer que somos animais palavrantes e que construímos nossos pensamentos por meio das palavras e se conseguirmos, de vez enquanto, esvaziar nossas mentes das palavras/pensamentos, por meio da meditação, por exemplo, podemos renascer em determinadas frações-espaço de tempo.

Decido neste momento não fazer nenhuma concessão a palavras tóxicas ou negativas, em respeito a você leitor e, também, mostrar que nós podemos escolher as palavras com as quais pensamos e nos expressamos perante os outros.

Se até o arroz pode fermentar com palavras amorosas, ou morrer ou degradar-se com palavras odientas ou embolorar por se sentir ignorado, o que podemos dizer de pessoas, criaturas sensíveis por meio de cinco sentidos que interagem com o meio ambiente em que vivem?

Se você considerar ainda que as palavras foram inventadas para representar pensamentos, sentimentos, nomear tudo aquilo que podemos perceber no mundo, então pode ser que chegou a hora de você saber para o que elas servem e passar a fazer bom uso desse instrumento maravilhoso que permitiu que a humanidade existisse por meio da comunhão entre seus integrantes, como você e eu.

Esta pergunta formulei para as pessoas que participaram da palestra que proferi intitulada “Um encontro de sucesso!”: “Que palavras vocês utilizam para pensar e se relacionar com os outros?” (Autor: Carlos Rossini é jornalista, escritor, editor de vitrine online e diretor da TVUNA)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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