IBIÚNA – MARKETING PARA TORNAR PREFEITO “GENTE COMO A GENTE” NÃO ENCOBRE PROBLEMAS

Enquanto a genialidade criativa dos marqueteiros promocionais da prefeitura de Ibiúna se esforça para tornar o atual prefeito uma personalidade cada vez mais simples, popular, tipo “gente como a gente”, que vai a um restaurante, toma tubaína e degusta um PF, come pastel na feira e se mistura com o povo, anda [talvez pela primeira vez de ônibus], a cidade de Ibiúna continua às voltas com problemas persistentes.

“O Paulinho [Paulo Sasaki] não é má pessoa”, dizem ao repórter nas ruas, “o problema é que está cercado por más influências de autoridades que gozam de sua intimidade no Paço Municipal”. E essa é uma questão central na imagem pública generalizada de seu governo, e, certamente, se repercutirá na eleição de 6 de outubro próximo.

Sondagens informais com populares em flagrantes espontâneos têm confirmado esse cenário que talvez já esteja se refletindo em prováveis pesquisas de tendência de votos, ainda que estejamos a cerca de seis meses do pleito.

Um desses problemas, e por ora vamos ficar apenas nele, é o atendimento no Hospital Municipal de Ibiúna. E que fique bem claro que não estamos nos referindo aos profissionais de saúde que ali trabalham, pois são notáveis os esforços individuais  para fazer o melhor aos pacientes, apesar dos recursos disponíveis do ponto de vista estrutural, de responsabilidade do Poder Executivo.

Vitrine online e a TVUNA, sua co-irmã, têm recebido reclamações da população da demora no atendimento no hospital, muitas vezes de várias horas. Há pessoas que acabam desistindo e voltando para suas casas. No meio das críticas, há aqueles que, de forma resignada, informam que a demora está ocorrendo em todos os lugares, até mesmo em instituições médicas privadas.

Isto é verdadeiro, a saúde vem sendo negligenciada no Brasil, mas esse fato não deve ser pretexto para que as autoridades municipais de Ibiúna não procurem ao menos minimizar esse tormento à que estão submetidos os pacientes, por exemplo disponibilizando mais médicos.

Se os casos de dengue têm aumentado a demanda no hospital, então que se crie uma unidade de emergência para atender a esses casos, a fim de desafogar o fluxo em direção ao hospital.

As autoridades, tanto o prefeito quanto o secretário da Saúde, mantêm um silêncio inexplicável sobre essas queixas, quando deveriam buscar alternativas e esclarecer a população.

O prefeito no ônibus da Viação Raposo Tavares com destino ao Paruru: “Acompanhando obras!

Não adianta, como se sabe, pedir para as pessoas se dirigirem aos postos de saúde nos bairros, porque estes também têm sido motivo de reclamações, com falta de médicos na medida das necessidades.

É oportuno mencionar que tanto vitrine online quanto a TVUNA têm procurado obter, em vão, informações da Prefeitura sobre temas relevantes do interesse dos cidadãos ibiunenses e que constituem elementos indispensáveis das notícias.

No entanto, parece que as autoridades do Executivo não estão dispostas a cumprir esse dever democrático perante a população ou, o que seria pior, não estão preocupadas em dar satisfações àqueles que acreditaram em suas promessas e as elegeram.

Imagens como essa “uma paradinha para repor as energias” visam a criar identificação do prefeito junto à população

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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