CIRO DO GÁS É O MAIS ILUSTRE CIDADÃO IBIUNENSE

A entrevista veiculada pela TVUNA com o seo Ciro do Gás, até o momento em que redigimos esta notícia havia atingido 28.846 visualizações e 220 compartilhamentos, sem contar com os escores atingidos no TiKTok e Youtube.

Igualmente computamos milhares de manifestações de carinho, afeto e respeito por um homem simples que se revelou o mais ilustre cidadão ibiunense. Uma unanimidade!

A caminho dos 97 anos, sentado em uma cadeira logo na entrada de sua loja de consertos de panelas e fogões, na avenida Fortunatinho, no centro da cidade, não há quem não o cumprimente e recebe seus bons dias e boas tardes, com um sorriso encantador.

Ao escrever uma breve biografia de Lázaro Ciro Silva, ou Ciro de Dico, como é hábito cultural de laços de parentesco da cidade de se referir a pessoas, ou Ciro do Gás, o historiador José Gomes Linense assinalou de modo tão categórico quanto preciso:

“Ciro Silva é um orgulho para Ibiúna e sua história.”

Há bons motivos para essa fama. Ciro trabalha no comércio há 84 anos, onde começou ainda adolescente, aos 12 anos, na Casa Dico, na rua XV de Novembro, uma das raras construções mantidas em sua forma original dos velhos tempos da cidade, hoje tocada pelos seus sobrinhos.

Atualmente, sua loja é tocada pela filha Rosângela, que continua a tradição do seu pai, enquanto ele fica sentado próximo à porta de entrada, não raro com um gato no colo, vendo as pessoas passarem. Antes também vendia botijões de gás, daí ficar conhecido como Ciro do Gás.

A Casa Ciro funciona há 46 anos

Também atuou como veterinário prático de grande reputação, cujo valor é reconhecido pelos veterinários de formação.

Ciro examinava os animais – cães, gatos, cavalos – trazidos pela população ou observados nos sítios, fazia o diagnóstico e o enviava, “por telefone”, para a Farmavet Produtos Veterináios, localizada na Praça da Sé em São Paulo.

Quando chegavam os medicamentos prescritos avisava os tutores para que viessem buscar e ministrar aos animais. A maioria desse serviço prestava de graça para a população. “Eu não cobrava nada.”

TRAJETÓRIA EXEMPLAR

Ciro Silva foi um dos fundadores da Banda Lyra Unense, a mais antiga da cidade da qual participou desde os 12 anos tocando pistão, também conhecido como trompete.

Mais tarde, participou da Banda da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, “que foi desativada”.

A simplicidade e o bom humor são marcas registradas do seo Ciro

‘Foi um centro avante de respeito do Guarani Atlético Clube, o clube de futebol mais antigo de Ibiúna, chegando a fazer teste no Corinthians por três meses, levado por sua fama de bom jogador, na posição de centroavante. “Eu tinha um chute violento”, comenta entre sorrisos.

“O Fernando Henrique (ex-presidente da República) era meu cliente”, informa com notável contentamento.

Na verdade, mais do que isso, era amigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de d. Ruth Cardoso [falecida], assim como de outras autoridades famosas, que o procuravam. Na verdade, sempre que o casal vinha a Ibiúna, onde possuía uma chácara, logo procuravam Ciro, que cuidava de sua casa.

Ciro jamais se envolveu com política partidária, mesmo quando seu irmão Orlandinho Silva [falecido] foi eleito prefeito no mandato  1977-1982.

A Casa Dico, assim chamada por conta do nome do pai de Ciro, Benedito Paulo Silva, ainda mantém as características dos “bons tempos da cidade”

Com a idade avançada, perdeu um pouco a audição e tem alguma dificuldade com a memória, como é natural, mas está lúcido e continua tratando todas as pessoas com notável carinho e respeito.

Por isso, Linense tem razão ao dizer que Ciro do Gás é um orgulho para Ibiúna. Ele faz parte da história da cidade.

Quem diz que é ibiunense e conhece seo Ciro é ibiunense mesmo. (Carlos Rossini)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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