PM confunde Bíblia com arma e mata lixeiro na estância turística de Avaré

O clima de violência que se banaliza cada vez mais no País, e que faz a população viver sob um clima de insegurança, medo e tensão constantes, tem gerado comportamentos que refletem estados mentais doentios da sociedade. 

Na noite da última quarta-feira, durante uma abordagem de rotina, um cabo da Polícia Militar teria confundido uma Bíblia que o gari Antonio Marcos dos Santos, 42, carregava no bolso como uma arma, acabou atirando no pescoço e matando o rapaz. Aconteceu na Estância Turística de Avaré, município localizado a 263 de São Paulo.

A família do lixeiro está revoltada com a atitude do policial. O irmão da vítima, José Valdeci Corrêa, pede providências às autoridades. “Nós queremos justiça e que o responsável pela morte do meu irmão pague pelo que fez”.

José disse que seu irmão era um trabalhador “que nunca fez nada de errado e que saia para o trabalho todos os dias às 4h30 da manhã e voltava para casa na hora do almoço e sempre que dava ele ia à igreja”

A Polícia Civil de Avaré já iniciou as investigações sobre o caso e o autor do disparo foi encaminhado para o Presídio Romão Gomes Portão, em São Paulo.

Segundo o major Maurício José Raimundo, comandante do Batalhão de Polícia em Avaré, o cabo, cujo nome não foi revelado, é “considerado um bom profissional e não tem histórico de violência. Infelizmente, foi uma fatalidade”.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.