PROFESSORES E PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO DE IBIÚNA DECLARAM-SE EM “ESTADO DE GREVE”

Os professores e funcionários da Educação no município de Ibiúna decidiram entrar em “estado de greve” até que suas exigências por condições mínimas de trabalho sejam atendidas pela prefeitura. No próximo dia 16, às 18 horas, eles realizarão uma assembléia em frente ao Paço Municipal para ouvir as decisões prometidas pelo prefeito sobre as reivindicações para as quais ficou estabelecido um prazo estabelecido de dez dias.

Ontem (6), houve uma reunião no gabinete do prefeito e às 17 horas outra, com a presença de mais de 200 professores e funcionários, como merendeiras e pessoal da limpeza, do lado de fora da sede do Executivo, quando o prefeito alegou “ter recebido a prefeitura há cinco meses em estado de calamidade” e prometeu  atender  as medidas pleiteadas em dez dias. A participação do Sindicato dos Servidores Publicos de São Roque, Ibiúna e Região foi criticada por servidores públicos municipais.

“A situação das escolas é simplesmente caótica, assim como a falta de respeito ao profissionais”, disse à vitrine online uma professora, ao descrever a falta de condições para trabalhar. “Não há papel higiênico, material de limpeza e as próprias escolas estão comprometidas como local de ensino. As condições são péssimas.”

Ainda na última semana, a prefeitura conseguiu junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo desbloquear as contas do Fundeb [o bloqueio foi determinado pela juiza da Comarca de Ibiúna por ter havido movimentação irregular de recursos do Fundeb, conforme vitrine online já publicou]. Mas esta instituição irá recorrer dessa decisão, uma vez que teme a possibilidade de novos usos irregulares da verba que é exclusivamente destinada à Educação pelo Governo Federal.

A crítica feita ao Sindicato da categoria apontou que o horário marcado pela entidade – 17 horas – impediu que muitos professores pudessem participar do ato público e, além disso, “parece que em vez de nos representar, a direção sindical fazia comentários favoráveis ao pronunciamento do chefe do Executivo”, comentou uma professora.

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.