EMERSON FITTIPALDI, PRIMEIRO BRASILEIRO A SE TORNAR CAMPEÃO MUNDIAL DA FÓRMULA 1, FALA DE SEU “ENCONTRO COM DEUS”
Ele está sentado com modéstia num canto perto da parede, na primeira fila de um grande auditório, ao lado do seu amigo, colega e padrinho de conversão, Alex Dias Ribeiro, um dos mais destacados pilotos na década de 1970. Cerca de 800 pessoas aguardam que suba ao palco e inicie sua exposição. Vai falar de sua carreira, de como é incrível pilotar, e como é a vida de um dos pilotos mais vitoriosos do automobilismo brasileiro? Não. Emerson Fittipaldi, duas vezes campeão da Fórmula 1, vai contar o que levou ao encontro de Deus e que mudou radicalmente sua vida. Isto aconteceu neste sábado (28) pela manhã e tocou os corações das pessoas, entre as quais um grupo de ibiunenses.
Emerson deu seu testemunho no Espaço Cultural da Igreja Presbiteriana de Pinheiros, no Alto de Pinheiros, em São Paulo. O amplo estacionamento estava lotado, muitos automóveis ficaram nas ruas próximas.
A VISÃO DA MORTE
Era o dia 28 de julho de 1996, Emerson, aos 50 anos, corria a mais de 300 km na pista superoval do Grande Prêmio de Michigan (EUA),as 500 milhas da Fórmula Indy. De repente, Greg Moore, um piloto canadense, bate na traseira do seu carro que se choca violentamente contra o muro.
“O impacto com o concreto foi tão violento que a desaceleração distorceu meus globos oculares a ponto de eu ver meus braços como se tivessem seis metros de comprimento. O muro continuou comendo a lateral do carro como se fosse um esmeril gigante. Fiquei consciente até o carro parar. Pensei nos meus filhos e perdi os sentidos. Achei que tinha morrido.” Esse depoimento o piloto descreveu para o público e está relatado no prefácio que escreveu para o livro Muito além de sucesso & Significado, de Alex Dias Ribeiro.
“Acordei nas mãos dos médicos”, prossegue Emerson. “Pelo ronco dos motores me dei conta de que ainda estava na pista, mas não conseguia respirar. Desesperado, gritei por oxigênio. Meu tórax inchou tanto que não cabia no macacão, os médicos passaram a tesoura, mas nem assim eu conseguia respirar. Tinha quebrado o pescoço, fraturado todas as costelas e a hemorragia interna inundara meus pulmões.”
O ENCONTRO COM DEUS
Um dia antes dessa corrida, ele havia dito ao chefe de sua equipe que tinha recebido uma mensagem de Deus de que devia parar de correr.
Emerson acordou dias depois no hospital e descobriu que tinha escapado “por um fio”. Uma das primeiras visitas que apareceu foi o amigo Alex Ribeiro com uma Bíblia na mão: “Era só o que faltava! O Alex veio até aqui pra me dar a extrema unção”. Na verdade, Alex – foi diretor da missão Atletas de Cristo por mais de vinte anos e também atuou como capelão dos atletas em diversas olimpíadas e Copas do Mundo – lhe apontou o caminho de Cristo que leva a Deus.
Essa descoberta mudou a vida de Emerson “de dentro para fora” e revolucionou sua forma de relacionamento com os outros. “Com essa experiência sobrenatural adquiri um novo conjunto de valores, totalmente diferente daquele que norteava meu passado, especialmente em relação à minha família.”
“Hoje vejo com outros olhos o mundo atrapalhado em que vivemos e percebo como o entendimento, a paz de espírito e a força interior que recebi me ajudam a resolver os problemas. Encontrei também o propósito que justifica a minha existência, o significado e a direção para minha vida. Isso me enche de uma esperança que se renova a cada dia.”
SIMPLES E CENTRADO
Durante todo o tempo em que fez seu depoimento, Emerson se comportou de modo sereno, confiante e alegre. No final, recebeu um caloroso aplauso dos seus ouvintes. Ao responder, sempre de modo simpático, a uma das diversas perguntas [‘Como um homem de sucesso mundial como você, campeão da Fórmula 1, que talvez nem precisasse de Deus, o aceitou em seu coração’?], o piloto afirmou:
“Conheço muitas pessoas de sucesso, milionárias, que não descobriram Deus. Elas são infelizes. Sentem um vazio e sempre estão procurando algo que não encontram.”
Emerson comentou outros episódios de sua vida como testemunho da presença de Deus em sua vida, como o acidente com um ultraleve, no dia 7 de setembro de 1997, no interior de São Paulo. Ele havia decolado de sua fazenda de laranjas em Araraquara, no interior de São Paulo, acompanhado do seu filho Luca, de 6 anos. Uma falha mecânica fez o ultraleve despencar de 100 metros de altura. Ambos ficaram esperando por resgate durante onze horas num lugar ermo e de difícil acesso. Com uma vértebra quebrada, Emerson se arrastou e ficou deitado sobre uma das asas do aparelho, procurando acalmar seu filho. “Nós seremos encontrados, meu filho, pois Deus está conosco.” Por volta das 23 horas, apareceram luzes de faroletes cortando a escuridão da noite. Era o pessoal do Corpo de Bombeiros. “Não falei, filho, que seriamos salvos?”
CONVITE
Vitrine online participou desse evento a convite do reverendo Lucas Lucena, da Igreja Presbiteriana de Pinheiros, e que é pastor no templo de Ibiúna. Ele foi acompanhado de sua mulher, Lílian, e de outros convidados ibiunenses. O evento no Espaço Cultural Presbiteriano contou ainda com as presenças do reverendo titular, Arival Dias Casimiro, que destacou as atividades religiosas e culturais abertas ao público, e do reverendo auxiliar, Hernandez Dias Lopes.
Nota da Redação: Não foi possível, nesta edição, reproduzir a quantidade, variedade e riqueza das experiências e sábios aprendizados relatados tanto por Emerson Fittipaldi quanto por Alex Ribeiro Dias,