POLÍTICOS IBIUNENSES JÁ AGEM VISANDO ÀS ELEIÇÕES DE 2016

BRASÃOAs articulações políticas em Ibiúna, a fim de compor quadros para concorrer nas eleições de outubro de 2016, estão em andamento, ainda que discretas sob a influência quanto à possibilidade de o prazo das filiações partidárias não ser mais em setembro próximo e sim em março do próximo ano. Mas os indícios das movimentações começam a despontar. Um dos dados significativos para uma leitura do clima vigente é, por exemplo, sobre uma possível sondagem de seis nomes considerados potenciais candidatos a prefeito.

O denominador comum: todos eles demonstraram receio de se disporem a enfrentar uma aventura arriscada e de alto custo pessoal de se sentarem na cadeira mais importante do Executivo. Um empresário ibiunense bem-sucedido e com credibilidade reconhecida, pela mesma razão, já indicou que está fora. Na verdade, o cargo de prefeito, considerando o clima reinante no município nos últimos anos e o comportamento dos seus titulares, parece ser uma batata quente ou um abacaxi.

De qualquer forma, repetimos, tem havido reuniões, contatos, sondagens e tentativas de acertos visando a ocupação dessa cadeira que deverá administrar algo em torno de R$ 900 milhões, de 2017 a 2020.

Nesse panorama, Fábio Bello estaria fazendo contatos para atrair o maior número de partido possível sob seu controle, visando, possivelmente, apadrinhar a candidatura do atual vice-prefeito, Tadeu Soares, um personagem que consolidou uma posição de confiança perante o atual prefeito.

Fala-se que o dr. João Mello e o vereador petista Carlinhos Marques estariam mantendo frequentes contatos, a fim de comporem uma situação comum, assim como o vereador Paulo Sasaki, já tendo declarado sua condição de pré-candidato a prefeito, estaria cada vez mais próximo de um entendimento com o atual presidente da Cetril, Nélio Leite.

Uma fonte nos informou que pesquisa recente feita na cidade teria apontado na cabeça da preferência dos eleitores ibiunenses Fábio Bello, em primeiro lugar, e o professor Eduardo Anselmo, em segundo. Se esse resultado se confirmar temos duas vertentes analíticas. Primeiro, a manutenção da mesmice do comportamento eleitoral ou falta de senso crítico mais apurado da população; segundo, parece que estamos assistindo ao mesmo filme repetidamente, sem perceber que é sempre o mesmo.

Em uma das recentes reuniões do PT, o interesse e a possibilidade de o professor vir a se candidatar não estaria de todo descartada, uma vez que ele conseguiu 16 mil votos nas eleições de outubro de 2012, um patrimônio político que jamais se descarta. Bello,, como se recorda, obteve pouco mais de 19 mil votos.

Mas, de outro lado, mesmo que a situação financeira da prefeitura esteja difícil, a máquina administrativa sempre sai com uma vantagem seja, neste caso, por ser a maior empregadora do município de Ibiúna, fato que repercute numa camada social que envolve no mínimo 6 mil pessoas, além naturalmente de perfis fiéis ao atual prefeito. Não se sabe ainda como a notória insatisfação que se observa entre os munícipes irá respingar nas urnas. Neste caso, há espaço para surpresas, sobretudo com a possibilidade de surgir um nome cujo protagonista surpreenda por uma extraordinária capacidade de estabelecer uma empatia com o povo ibiunense.

Lógico, há candidaturas que na verdade surgem com um aspecto comercial liminar, ou seja: ser candidato significa se tornar uma mercadoria de valor que gera possibilidade de negócios financeiros lucrativos. A teoria política informa que essas negociações obedecem uma lei de valor de marca. Há cidades grandes em que uma candidatura pode custar até milhões de reais para sair de cena. Isto faz parte da tradição da política brasileira. (C.R.)

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.