IBIÚNA – OBRAS DA PREFEITURA NA ÁREA DA ANTIGA COMUNIDADE ATERRAM NASCENTE E CÓRREGO

Em fins de julho, a Prefeitura de Ibiúna iniciou uma movimentação nas terras da antiga comunidade, localizada próxima do ginásio de esportes, com o objetivo de transformar o espaço em uma área de lazer, o que é uma notícia bem-vinda.

No entanto, conforme denúncias que vêm sendo feitas pela diretora executiva da SOS Itupararanga, Viviane Oliveira, tanto a nascente quanto o córrego que deságua no Rio Sorocabuçu, onde a Sabesp capta água para abastecer a cidade, estão sendo obstruídos pela terra que desliza das margens.

A área é muito acidentada e tem em seu ponto mais profundo exatamente o córrego, já encoberto de terra. Em uma das margens bastante íngreme colocaram pedras que, aparentemente, não resolverão o problema ambiental.

Vitrine online esteve hoje (6) no local e constatou que, na realidade, o córrego já está quase totalmente coberto de terra, vendo-se apenas um filete de água.

Com o deslizamento da terra o córrego ficou coberto de lama

No dia 27 de julho, Oliveira publicava um alerta: “O curso d’água da futura área de lazer continua sem proteção. As máquinas movimentaram a terra que está solta nas margens da nascente e do curso de água. Qualquer chuva fará a terra deslizar pra dentro desse pequeno córrego que pede socorro. Pede pra sobreviver.” E destacou: “Que sejam tomadas as medidas necessárias com urgência. Aguardo uma posição da Prefeitura.”

No dia 29, informa que as providências para instalação de dispositivo para proteção da nascente e do curso d’água continuam sem ser tomadas. “Aguardo uma posição da Prefeitura e dos órgãos competentes que já foram acionados.”

No dia 30, uma nova publicação reitera que nenhuma proteção da nascente e do córrego foi adotada.

Situação foi se agravando com a falta de medidas de proteção do córrego

E A LICENÇA AMBIENTAL?

Em contato com o editor de vitrine online, jornalista Carlos Rossini, que a procurou hoje, Oliveira fez uma indagação importante: “Aterrar uma nascente em uma APA (Área de Proteção Ambiental) sem nenhum projeto ou licença ambiental é um pouco estranho, não é?”

O fato é que “a Prefeitura recebeu a atribuição da CETESB para fazer o licenciamento ambiental e porque não está adotando, como se exige, para implantar os seus projetos?

Pedras jogadas nas margens do córrego parecem ter agravado ainda mais a situação

SEM RETORNO

Até o momento em que essa notícia era redigida a Prefeitura não havia dado nenhum retorno à diretora da SOS Itupararanga, que é uma organização sem fins lucrativos, sediada no município de Ibiúna, com mais de 20 anos de atuação, e que zela pela preservação da represa e auxilia no desenvolvimento sustentável da região.

Vista geral da antiga Comunidade que deverá se tornar uma área de lazer

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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