DIA AGITADO – GOLPISTAS DO PIX ATEMORIZAM IBIUNENSES

O gerente de uma instituição financeira em Ibiúna informou ter recebido ligações dos clientes “o dia inteiro” hoje (10). Disse que isso está acontecendo também com as outras agências bancárias localizadas na cidade.

Hoje, num dos casos, uma mulher perdeu R$ 30 mil para um golpista. De modo geral, os bancos, de acordo com súmula do Tribunal Superior de Justiça, devem ressarcir as vítimas, exceto se ação que resultou na consumação do golpe tenha comprovadamente contado com a colaboração de terceiros [no caso o detentor da conta].

ATENÇÃO!

A Federação Brasileira dos Bancos – Febraban adverte que “os bancos ligam para os clientes para confirmar transações suspeitas. No entanto, alerta que os telefonemas nunca solicitam senhas, tolken, dados pessoais, estorno  de transações, transferências, Pix ou qualquer outro tipo de pagamento”.

Orienta ainda que os clientes NUNCA devem fazer ligações para número de telefones recebidos por mensagens e que, em caso de dúvida, deve-se ligar para os canais oficiais do seu banco  ou para seu gerente.

UM CASO REAL DE HOJE

Um casal se preparava hoje (10) para sair de casa, quando toca o celular. O golpista se identificou como sendo funcionário de uma agência em Ibiúna e informou que o banco havia identificado uma movimentação atípica em sua conta e que haviam retirado R$ 4.900,00 de sua conta e que havia mais duas retiradas programadas.

Veja como a bandidagem está agindo. O telefone que aparece na tela confere com o número da referida agência. O indivíduo menciona o nome do gerente [conhecido do cliente] e de outro funcionário para conquistar a confiança do cliente.

Mas ele, no entanto, erra o nome da rua onde se localiza a agência. O cliente atribui isso a um possível engano, já que ele informa que é novo na agência. Esperteza!

O cliente pede para falar com o gerente. Resposta: ele está numa reunião. O cliente insiste em falar: ele vai te ligar às 18h. Só mentiras, ainda que o golpista tente manter as aparências de sua idoneidade como funcionário do banco.

Aí, vendo a aflição do cliente, começa a fazer pressão. Diz que é preciso o aplicativo a fim de cancelar a senha antes das 17h, senão o dinheiro “retirado” da conta não será devolvido. Segundo o bandido , o saldo que restou na conta era R$ 119,00, mas, ao mesmo tempo, pediu que lhe fosse fornecido o saldo que restava na conta antes de ela ser acessada.

O cliente estranha e pergunta se o banco não sabe qual é o saldo? O golpista diz que não aparece na tela para ele.

O cliente, desconfiado, pergunta qual é o número da conta e ele diz corretamente o número [como terá conseguido esse dado?], só que aí cometeu um erro decisivo. A referida conta não tem Pix e, portanto, nenhum aplicativo baixado.

Quando fica sabendo isso o bandido, desliga o telefone.

Quantos cidadãos ibiunenses caíram em golpes similares somente no dia de hoje e, por sentirem vergonha, nem mesmo comparecem à Delegacia de Polícia para registrar um boletim de ocorrência, que é recomendado pelas autoridades.

Fiquem alertas, pois mesmo que não tenha havido perda financeira, as vítimas passam por momentos de grande estresse.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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